domingo, 18 de novembro de 2012

   Andei por trinta minutos ininterruptos pela praia que tanto amo sem tirar os olhos do chão. Procurei por toda aquela infinidade de grãos de areia a mais bonita das conchas para lhe presentear. Não observei o céu, nem brinquei de lembrar o nome das nuvens, ignorei aqueles morros que eu tanto gosto de admirar e mal me lembro do barulho do mar desta vez, se estava forte ou sereno... Eu não sei. Sei que as conchas de fundo rosa, os pedaços das estrelas do mar coloridas (ou até mesmo as inteiras) pareciam tão sem graça, tão comum. Nada de novo. A frustração ao fim da caminhada na praia, era enorme. Quando alguma coisa me parecia bonita, sempre hesitava em pegar e acabava por deixa-lá por lá, lógicamente eu iria encontrar algo melhor, mas não encontrei.
   Voltei pra casa um tanto calada, como te explicar que eu queria chegar e entregar pra você algo lindo, mas estava com as mãos vazias? Não sei. Ao fim da viagem, a única coisa que me fazia lembrar dos momentos, era que eu havia observado tudo com um desejo imenso de que estivesse comigo. A distância é uma espécie e medida de intensidade e a saudade é sintoma.
   Queria entregar-lhe algo que encantasse até a mim. Eis que volto pra casa com uma surpresa maior do que esperava. Foram quatro dias sem ver você e eu estou quase doente de saudade. Como assim?

Nenhum comentário:

Postar um comentário