quinta-feira, 30 de julho de 2009

Utopia.

Meu humor estava péssimo, só não estava pior do que a minha auto-estima. Eu estava lá, jogada em um canto do quarto com um caderno na mão, ouvindo coisas antigas de um tempo que eu me sentia bem até quando não tinha nada pra me (re)animar, pois é; eu já estive assim. Agora me vejo escrevendo contos, deixando transparecer detalhes da minha vidinha chata e com inúmeros desencontros, me vejo também gritando pro mundo a minha infelicidade e exibindo meu bipolarismo.
Era fim de tarde, estava chovendo e eu estava lá, reparando a pressa que os pingos escorriam pela janela, até a hora que me irritei e resolvi abri-la, em um movimento muito rápido desviei o olhar da janela e quando olho outra vez, percebo que parou de chover, não sei bem como, em um segundo chovia tão forte e no outro o céu começava a se abrir.
Realmente eu esperava alguma coisa pra mudar o meu dia, eu desejava isso mais do que qualquer outra coisa. Mas não um céu tão bonito pra me deixar feliz! Estava esperando o Peter Pan, ou até mesmo uma fada. Pra ser sincera, ver uma mudança magnífica e inesperada tão depressa, me roubou um sorriso, me fez ganhar o dia e uma boa lembrança.

domingo, 26 de julho de 2009

Rebeca.

Rebeca era atriz. Tão linda! A pele clarinha, o cabelo castanho escuro com alguns cachos, os olhos castanhos e tão grandes, encantavam a qualquer um e como encantavam! Não usava muita maquiagem, mas o batom vermelho de sempre realçava mais ainda toda a beleza que tinha, magrinha e alta, preferia roupas claras. Seu sorriso era capaz de encantar qualquer pessoa, uma voz agradável, voz de mulher, era calma, e nunca estava triste nem desanimada.
Não tinha como não se apaixonar por uma doce menina que sempre sorria.
Rebeca era nova na cidade, não conhecia muita coisa. Mas uma noite qualquer(até o momento) resolveu ir a um bar, só pra se destrair, noite difícil para todos da companhia de teatro. Mas não pra ela que continuava sorrindo. Pouco depois de chegar no bar, encontrou alguns amigos entre eles algumas pessoas que ela não conhecia, mas um em especial chamou a sua atenção era Renato, um rapaz de meia idade, muito charmoso e...casado. Isso não impediu alguma aproximação entre eles, conversaram, beberam, deram boas risadas. Na semana seguinte, o mesmo. Nas outras semanas a coisa foi ficando diferente, Renato estava incondicionalmente apaixonado por Rebeca, ela parecia gostar dele também e muito.
Alguns meses se passaram, ele resolveu largar a mulher pra ficar com a Rebeca, isso a incomodava mas ela não dizia nada, sempre sorria apenas sorria. Rebeca nunca mudava, era sempre discreta e encantadora.
Rebeca gostava de sair, gostava de se destrair, uma noite, ela saiu, não levou celular, não voltou na mesma noite. Na manhã seguinte, Renato estava fora de si, pediu satisfação, gritou, chorou, chingou. Rebeca não disse nada. Simplesmente saiu.
Com o passar dos meses Rebeca se desencantava. Disse que não dava mais, foi bem sincera como de costume. De novo ele chorou, gritou, chingou. Rebeca sorriu e pediu calma. Foi até a cozinha, pegou um copo, colocou um pouco de vodka e deu a ele, ele estava melhor, era cedo ainda, ele, voltou a dormir e Rebeca ainda estava calada. Da janela ao lado, tudo o que se ouviu, foi um tiro.
Rebeca se vestiu, passou batom e saiu. Sorrindo. Rebeca era livre e Renato a amava, amava demais para deixa-la ir, para se permitir.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Segunda Chance

Desde pequena, tenho o péssimo hábito de analizar tanto sentimentos, pensamentos, frases e as reações das pessoas que me encontro equivocada em vários momentos. Estava pensando em segunda chance. Muitas vezes as pessoas correm atrás de uma segunda chance imaginando que tudo vai voltar ao normal, mas se tudo voltar ao normal, provavelmente vai cometer o mesmo erro que cometeu da primeira vez, e se fizer diferente, não vai continuar tudo normal, então acho melhor, ao invés de correr atrás de uma segunda chance procurar um novo começo. Talvez dessa forma as coisas sejam melhores do que a sua primeira chance. E nesse novo começo, fazer tudo diferente, tudo que você não fez, não disse, tudo o que você não sentiu. Não dá certo ficar insistindo em um erro.
Comecei a pensar nisso em uma noite chuvosa como está. Estava sentada em um bar perto do Outs na Augusta. Entre inúmeras mesas de amigos bebendo e conversando, me chamou atenção um rapaz, não pelo fato dele ser lindo e estar sozinho. Mas pelo fato de que antes de olhar pra mim e desenhar alguma coisa, ele olhava pra um rapaz que estava fumando e desenhava algo, toda hora ele pegava a borracha pra apagar, quando sua folha rasgou ele mudou de posição e então olhou pra mim, eu estava lá sentada, com um quadrinho na mão, sem beber nada, esperando um amigo, ele parecia estar me desenhando, depois de uns vinte minutos meu amigo ligou e me pediu para encontrá-lo perto da casa dele; Quando me levantei o meu desenhista vem correndo em minha direção e me pede pra não ir. Meu coração bateu forte e senti um tipo de ansiedade, sem saber o que fazer parei. Ele me entregou a folha. Um desenho meu sentada, com um quadrinho na mão, um desenho perfeito. Não sei direito o que senti, mas a minha vontade foi dar um abraço no meu ilustre desconhecido que ficou me observando super ansiosa. Não passei vontade, dei um abraço nele, ele riu e disse que estava desenhando aquele rapaz que fumava, mas que não teve muito sucesso, então completou com um frase que eu não vou me esquecer: " Não adianta insistir no que não da certo desde o começo. " Deve ser assim mesmo.
Vai de cada um analizar os motivos e ver se realmente vale a pena insistir em uma segunda chance.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Intensidade

Está faltando intensidade. De uns séculos pra cá, as pessoas esqueceram daquele impulso de largar tudo pra fazer o que gosta, não estão mais se importando muito com a sinceridade e com o mais popular dos sentimentos. O amor. Parece que agora ele está sendo bem mais utilizado do que quando ele realmente tinha algum sentido. Hoje em dia a frase "eu te amo" está tão clichê que parece estar perdendo a sua graça. Não existe mais aquela história de largar tudo por amor. Não precisa ser amor por alguém especificamente, mas amor pela pátria, amor pela vida, pelos animais, pela música ou por qualquer outro motivo. E não é só no amor que está faltando intensidade, são poucas as músicas que conseguem extrair alguma emoção do compositor, estão tão parecidas, a arte está volúvel e banalizada, a educação perdeu a vez nas famílias e a liberdade de expressão é confundida com agressão. As pessoas se acomodaram, vivem reclamando de tudo, mas com a satisfação estampada na cara assistindo algum programa fútil sentado no sofá fim de semana. É bem mais fácil se acostumar com determinada situação irritante ao tentar fazer alguma coisa pra que ela mude. Reclama da política no Brasil, mas vota nulo ou em quem tem a melhor propaganda. Assiste o jornal nacional todas as noites, fica inconformado com tantas tragédias, mas quem disse que vai procurar alguma ONG sobre o assunto pra ajudar. Deve ter acontecido a mesma coisa com a intensidade. Estamos todos acomodados."Pra que arrumar dor de cabeça, assim não está bom mas posso me acostumar."

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Despedida de um pedacinho meu.

Dizem por ai, que nós nunca morremos completamente, pois quem nos cativa tem um pedacinho de nós com ela. Pois é, então quarta se foi um pedacinho de mim e ficou um pedacinho do Fór comigo e com todas as outras pessoas que tanto amavam ele.
Eu pude ver cada momento, pude sentir cada rastro de perda, mesmo que fosse longe de mim, estavam todos sensíveis demais a ponto de conseguir sentir a dor do outro, alguns sofriam menos, outros mais, mas todos ali sentiam uma grande perda.
A hora da notícia, talvez foi a mais seca, não dá pra ter uma noção de como você está se sentindo, a mensagem não é digerida na hora, ela passa lentamente como uma tortura por suas lembranças, pelo último momento com a pessoa, como foi sua despedida surpresa, logo depois pelos seus melhores momentos com ela, você pode chorar na hora, mas pode ter certeza que ainda tem a esperança de ouvir que é uma brincadeira ou que ocorreu um milagre.
Pouco a pouco, você vai aceitando, vai entendendo. Ai chega o sofrimento, parece que nem todos os abraços e as palavras de consolo são suficientes e não são mesmo! Nada supera uma perda.
Fóór, desde a notícia do ocorrido eu vi pessoas sofrendo por você, vi pessoas chorando, se negando, pessoas mal de verdade, mais do que ver, eu senti e estou sentindo até agora, está sendo difícil e sei que em alguns momentos da minha vida ainda vou sentir muito sua falta, talvez até mais do que sinto agora.
Uma pessoa querida por tantas outras não pode estar em outro lugar a não ser perto de Deus. Se a pessoa é querida significa que ela fez o bem, ainda mais você com o seu sorriso límpido! Como era bom te ver feliz e como é bom lembrar disso e sentir algum conforto.
Eu não vou me esquecer de ti, assim como todos os teus amigos que sempre vão te amar e que te queriam bem, espero que esteja melhor do que todos nós nesse momento.
Um pedacinho meu se foi, um pedacinho seu continua aqui. Nada mais justo.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

A volta da abelha!

Eu poderia fazer um blog dando boas vindas pra mim, afinal, blog novo é sempre blog novo! Mas como já conheço bem por aqui, resolvi fazer melhor do que isso, falar da minha volta ao "Mundo Blog." Eu sempre gostei de escrever, seja soneto, balada, carta ou ficção científica, escrever sempre me fez bem, externar o que sinto ou até falar de anseios ou angústias. Nada melhor pra mim do que um blog. Mas não pense que sou "turista" por aqui. Já tive um blog, ele não deu muito certo, ao longo dos posts eu vou contando o porque.
Foi bem complicado escolher um nome para o blog, pensei em abelhas, por seu esforço e trabalho em grupo, o que eu admiro muito. Foi nessa linha de pensamento que surgiu The only Bee! (a única abelha) o que seria de uma abelha sozinha? Me identifiquei! Eu me apego tanto as pessoas, que não sei o que seria de mim, sem elas.
Acontece que tem um problema nisso tudo, não consigo me apegar a maioria das pessoas que também se apegam a mim. Acontece sempre com a pessoa mais improvável e com poucas, mas de uma forma tão impressionante, que muitas vezes me vejo agindo sem saber porque, ou como.
Então ficou The Only Bee, minhas histórias, minhas manias, meus problemas, meus anseios, meus amores, minha vida!