segunda-feira, 30 de setembro de 2013

João de barro

Eu deveria no fim das contas, me zangar com você. Não consigo. Acabo por sentir um aperto enorme no peito, além da vontade de contar que isso daí que você se meteu, é fria, é prisão. Você virou joão de barro e agora está ai, feito passarinho que quando encontra par, não voa, não olha mais pro lado. Logo você.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Não jogo mais pinga pro santo, nem pinto mais um olho só do daruma, pra ele não achar que está sendo chantageado. Deixei os trevos de quatro folhas no mato e as patas dos coelhos com eles. E você, assim como eu tenho feito, procura arrancar do braço as fitinhas de nosso senhor do Bonfim. Camisa ou meia da sorte, só adianta com futebol...Com amor não. Vê se ignora a tentação dos cartazes de búzios e tarot e de uma vez por todas, larga as lendas urbanas, as tradições, TOC's, dogmas e loucuras, pra ir segurar a mão do que não é efêmero, do que de fato é amor.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Se eu encarasse a morte de uma vez, seria mais fácil, mas preciso vive-la, pouco a pouco e ainda como se não bastasse, morrer é tão exaustivo que nos dois dias de vida que tenho na semana, estou tão cansada de padecer, que já não encontro mais ânimo pra fazer as coisas pelas quais eu vivo. É um paradoxo bizarro. Passar a vida se matando pra poder viver.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

E assim, seu coração roubava a cidade.
Um verdadeiro estorvo! Apareciam estampados seus gestos, gostos e peculiaridades em cartazes colados nos postes, nos anúncios de retrovisor, nas camisetas de rock dos pedestres, em adesivos de carro e no som abafado das lojas de surf. Me sufocava. Como se já não fosse suficiente arrancar todos os meus pensamentos pendentes e ocupar o espaço que tem dentro de mim com o seu silêncio... Agora vem com essa! Me faz paradoxo, começou a lotar as paredes do meu quarto de coisas que são você, pra me lembrar como está longe agora. Estou completamente cercada. Se fico, encontro o vazio de todas as suas coisas sem você, se eu saio, te caço em qualquer adesivo, em qualquer placa de bar. É como se o amor ganhasse forma e viesse me bater, só pra me obrigar a te dizer o estilo mais floydiano que existe: "Hey you, sou de você."

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Badi.

Eu a conheci. E não foi por querer. Fui apresentada na marra das oito horas em que estávamos lá, no mesmo lugar, fazendo as mesmas coisas. Contudo, em momento algum fui obrigada a passar noites em claro e horas de almoço ao seu lado. Deste modo, recomeço meu texto dizendo que apesar de conhece-lá por puro acaso, eu a transformei em costume, em motivo. Pois comparando, seria ela a sombra que te protege do desconforto que é estar no Sol, mas ainda sim, não me impede de vê-lo. E não fico do seu lado apenas por conselho ou qualquer outra coisa que você insiste em me alertar (mas nunca proibir) vez ou outra. Fico porque do seu lado não só permanece o sorriso, como também acho que vai te fazer bem usar as meias trocadas uma noite por semana e fazer com que seus pés e seus risos saim da rotina... Mesmo que seja uma vez na semana. Ah, e fico também porque descobri que nasceriam garras em mim se fosse preciso arrancar na mão qualquer sinal de tristeza que queira tomar conta do peito de quem me provou que apesar das intermináveis tragédias no noticiário, ainda existe quem ame as pessoas como elas são.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Meu corpo vai criando roteiros sem permissão, como se o pouco de bom senso que restasse não fosse o suficiente pra acordar meu consciente... Nem que seja aos berros! Pois parece que as vezes, ele decide que precisa hibernar e assim faz, me deixando aqui sozinha com as insanidades da carne.
Quando isso ocorre, peço que perdoem a minha audácia, mas coloco-me diante do seguinte pensamento: Quem sou eu pra medir sanidade? E logo trato de virar escrava dos impulsos, assim como qualquer ser humano comum, até porque; Na pior das hipóteses, finjo que entendo o que é o sangue de um inseto e digo que não sou dessas que tem sangue de barata! Porque essa é a frase que a gente diz quando não quer assumir que extrapolou! Que simplesmente fez o que deu na telha! Acontece que isso, jogado deste modo: "dar-na-telha" é atestar loucura, então prefiro dizer que não tenho sangue de barata mesmo, pra deixar a loucura subliminar.


domingo, 19 de maio de 2013

Conversa pra Zé dormir (ou acordar)!

O papo começou cedinho. Não sei se por causa do frio que fazia as nove da manhã ou se foi porque a estação da Luz, assim como todo centro velho, me lembra o centro de Santos e acaba me deixando um pouco nostálgica... Mas só falei de Santos, pois foi exatamente lá (e não na estação da Luz) que a minha cabeça foi parar as nove da manhã de um domingo que eu ainda precisava ir trabalhar.
Em meio aos desajustados jovens de Sampa em plena virada cultural, estava eu, na metade do show dos sulistas e apanhadores sós. Cena comum até eu perceber que o refrão de uma das músicas me fisgou o peito e então: Epifania! Deixe-me explicar: O refrão dizia assim:'E eu, que andava assim tão Zé'. No começo, achei engraçado ouvir aquela frase e sentir aperto no peito. Mas depois entendi que era saudade ou talvez até algum tipo de compreensão pessoal.
Sei que assim, parece papo de maluco (e é) mas se agora as frases estão desconexas, é para que entendam a onde eu quero chegar...
Verdade absoluta, é que são todos Zé's os homens da família Oliva. Vejam só: Desde pequena, nos passeios pra Santos, achava loucura ouvir minha vó chamar meu pai carinhosamente de Zé, apesar de ele se chamar Marcelo. Meu tio favorito, adivinhem só? Tio Zé. E no final do ano passado, percebi que a belíssima mulher do meu primo mais incrível, também o chama de Zé. E como se não bastasse, estampado na parede da sala deles, pra não deixar ninguém esquecer, está gravado em letras prateadas e na integra o poema: "E agora José?" Do Drummond.
Ironia, coincidência ou seja lá o que for, a graça é que a Epifânia e até mesmo a fisgada no peito, foi por perceber que eu passei o tempo todo sem entender que eu me sentia tão confortável rodeada por Zé's, simplesmente por sentir humanismo, familiaridade ao lado deles. São todos homens de cotidianos, de sonhos e homens que tem seus amores. São todos humanos e me dão vontade de ter uma vida assim, de ser amor de um Zé e não de príncipe.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Hoje eu encanei e levantei cedo. Engraçado... Passo tanto tempo longe da minha própria casa, que só agora fui perceber que já não é tão minha assim. A começar pela geladeira que não tinha meu leite de sempre, acabei por tomar o do meu pai. Fui pegar a minha caneca, ex companheira de quem costumava madrugar e pro meu espanto, fui parar na pia com ela cheia de poeira. Ao menos tinha no armário o pão que só eu costumo comer, mas adivinha só? Mofado. Tudo bem, pelo menos a televisão gigante continua lá, mas percebi que me confundi com os controles e já nem lembro mais o que eu gostava de assistir de manhã. Talvez tenha mudado a programação, mas não... Eu só não sei mais do que eu costumava rir. Deixei pra lá, confundi os botões de novo, mas pelo menos o pen drive continua com as mesmas músicas! Ufa! Essa eu acertei em cheio! Só não posso dizer que ainda sei de cor 'Baby you can drive my car' mas vou arriscando, dá até pra rir, até chegar no quarto, olhar pro mural e perceber que minha historinha da Cinderela sumiu, o que não é de todo ruim! Vai ver a Cinderela percebeu que quem tem conto de fada pra contar agora sou eu e resolveu fazer as malas por conta própria pra deixar espaço pra minha história.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Tirei o dia pra jogar conversa fora com a minha cabeça e topei naquela teoria de que as relações humanas são  feitas pra você viver um pouco da emoção dos outros, daquilo que a vida ainda não te deu. Não sei se é porque eu nasci com a cabeça na Lua, mas a minha não para em alguém da Terra-ou não parava, mas chega de devaneios- vez ou outra me flagro com o coração aos pulos (e se falasse aos berros) com os sorrisos alheios. Gente que você não olha como um e outro, gente que você enxerga como um par e que se não fosse loucura demais pra dois quase estranhos, você diria que felicidade assim é que nem doença contagiosa e os agradeceria por dividir as coisas boas e talvez até mais do que isso. Pra jogar vez ou outra na cara de todo mundo, que amor existe.

terça-feira, 5 de março de 2013

Não dá tempo de viver um 'nós' composto por 'um', então vê se risca da lista de prioridades da sua vida. Haja paciência pra sustentar qualquer alegria com uma porção de  'talvez' ou 'quando der'! Essa vida de só entrar na vida de alguém mais pra frente, não funciona, é furada. Sabe-se lá até onde segue o fio da vida de qualquer um, então segue.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Não queira ser Julieta. Acredite, é melhor ser Maria, Helena ou qualquer outra coisa, mas Julieta não. Não queira protagonizar uma grande história de amor, não queira ser filme, porque o climax doí. Aquela hora em que tudo dá errado e a mocinha só quer sumir, é um pesadelo.
Se realmente quiser ser feliz, seja pássaro, seja herói, seja o que lhe for comodo, seja até vilão de faroeste, mas Julieta não.

domingo, 27 de janeiro de 2013