domingo, 10 de abril de 2011

sujeito as condições de tempo.

Tenho sentido vontade de arrumar as malas, ir embora. Pra onde não existe comunicação, notícias e essa pressa doentia que o ser humano tem de fazer justiça com as próprias mãos. A minha mente adoeceu e a minha fé, que nunca foi lá essas coisas, tem falhado. É doloroso dizer isso, assumo. Mas não tenho mais aquele anseio que me invadia por muitas manhãs, querendo fazer grandes mudanças. Gostaria que não me afetasse tanto as tragédias alheias e que a dor do próximo não contaminasse meu sangue, fazendo ele amargar meu corpo, pulsando até meu coração, a onde o problema geralmente insiste em se alojar. Quem olha de longe, parece que logo passa toda essa melancolia, mas deixo prevalecer as aparências. Não ouso ao menos citar as minhas frustrações com os jornais diários, comentários matinais e comportamentos inaceitáveis dessas almas desertas que me acompanham o tempo inteiro. Contudo, mantenho a calma, o grupo a qual pertenço está doente a décadas e por tantas vezes parece que a minha lucidez é o problema desse caos. Tenho um remédio que se consiste no bem que a gente consegue ver de perto, no bem que chamam de amor.