quarta-feira, 30 de maio de 2012

Era ela! Menina dos dentes grandes e cabelos pequenos, japonesa. Eu não a conhecia, nunca havia nem se quer dito um oi...E até hoje não disse. Deixe-me descomplicar.
Olhava suas fotos, seus comentários, conversas. Idealizei a moça. Inventei uma voz bonita pra ela, imaginei seus gestos, nascia em mim um apreço. Eu a admirava. Sabia que sofria com a situação do final do ano, eu não quis investiga-la, não fiz isso, as informações vieram a mim, até dezembro talvez, mal sabia eu, que a moça existia, tanto faz. Eis que em janeiro, na minha mente, eu já podia ouvir até como sua voz dizia palavras que eram minhas. Ahh, antes que eu me esqueça, volto para o "Era ela!" do início da minha história.
Sentei bem perto, mas não disse nada. Talvez ela nem soubesse quem eu era e se soubesse poderia não gostar, só fiz o de costume, a observei. Descrevendo a cena, era quase assim: Falava sobre a saudade com os amigos que não encontrava há tempos, enquanto meus olhos iam e voltavam passando pela moça.
Uma cara fechada e eu sei lá porque. Andava de um lado pro outro, olhava pra tudo, quanta impaciência! Mas tudo bem, poderia ser só um dia ruim, de qualquer modo, continuei observando-a.  Caretas, caras feias, nenhum sorriso bonito de foto. Quando parou de ameaçar ir embora com aquele ar de insatisfação, agachou-se esperou no mesmo ar de chatice.
Um chute na minha boca. Da próxima vez em que eu idealizar alguém, vou fazer de tudo, para não encontrar nem virando a esquina.