segunda-feira, 30 de julho de 2012

Paloma Maluca!

Paloma é uma menina maluca. Perde o sono fácil, tem pesadelo e nem liga, faz manha pra levantar quando tem alguém por perto, chora muito por pouco, faz um drama que só. Sorri para desconhecidos porque acha graça, tem medo de cavalo, não gosta de pudim, pois certa vez de tanto amar comeu demais e não gostou do gosto do exagero... Eu disse exagero? Creio que sim, porque disso ela sabe bem. É muito amor, quando ama, muita rejeição quando não quer. Bate o pé e faz escândalo, mas logo passa. De tão intensa virou breve, de tão grande que é a alma, o corpo não cresceu muito. Tem um apego e é tão teimosa que vira até mimo, sente falta de tudo o que lhe parece bom, inclusive das coisas que não conheceu, chora de lembrar do avó que nunca viu. Paloma é efusiva demais, grudenta demais, tem loucura por sorvete, por altura, por roupa curta, mas acha o frio mais confortável, detesta dormir de meia e coloca uma quase todas as noites, jurando que vai usa-lá até acordar, nunca dá certo. É desorganizada, mas sempre se propõe a organizar, é desesperada sem motivo, é gritona vez ou outra. Cheia de nostalgia, de 'qualquer dia' e 'de vez em quando'. Pede atenção quase toda hora, gosta de ouvir história, dos pais e da irmã. Tem primo favorito, grandes amigos e mais um monte de contradições. Paloma é uma menina maluca.

terça-feira, 24 de julho de 2012

De-ego.

Era uma daquelas noites quentes dos sábados de começo de ano, as noites em que o mundo inteiro, quer estar em qualquer lugar que não seja uma casa. Ruas agitadas, carros passando sem parar nas grandes avenidas de São Paulo, bares lotados, aliás, é em um desses bares que minha história começa.
O de sempre, clichê que ninguém assume, coisa de todo mundo acreditar que todas as vezes em que sair de casa, algo incrível pode acontecer na sua vida... E pode mesmo, mas geralmente não acontece...Exceto desta vez.
Ela provavelmente tinha o sorriso mais encantador de todos. Haviam sorrisos bem maiores e até mais bonitos confesso, mas não é a fisionomia que conta nesse momento, é a maneira com que ele aparece, graciosamente deixando qualquer canalha sem frase de efeito ou poeta sem rima perfeita. Enfim, roubava as atenções sem precisar fazer nada, era bela a menina! De todos os rapazes do local, até então, apesar da beleza de um e da conversa de outro, não havia visto nada de tão impressionante, nenhuma daquelas histórias em que você fecha e abre o olho várias vezes pra ter certeza de que se está acordado. Nossa moça bonita olha para relógio mais como um hábito do que preocupação com as horas, deixa o celular de lado, volta a olhar para um todo, até que o tudo roubou-lhe os olhos e fez o coração se descontrolar sabe-se lá porque. Eram os rapazes bem vestidos, competindo pelo que poderia parecer para qualquer um loucura. A moça dos olhos castanhos e gracioso sorriso encontrava-se enlouquecida pelo garçom que nada mais fez do que olhar de longe e sorrir. Enganam-se agora julgando esse sorriso como um daqueles sorrisos simples de quem flerta. Não era essa a questão, encantava a nossa moça bonita, a ideia de imaginar quantos desse sorriso por noite ele costuma dar e quantos já realmente serviram para alguma coisa e se o dela poderia ser o primeiro a importar, quem sabe até o último. Encantadoras são as dúvidas de quem quer amar, as questões que jamais poderão ser respondidas. De fato, não foi um sorriso de quem simplesmente flerta e sim um riso de quem não sabe se deve flertar.


sexta-feira, 20 de julho de 2012

"Pois eu faria qualquer coisa..." Não, você não faria, nem eu faria. Ninguém faz.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Sinto raiva das coisas mais banais. É mais do que um egoísmo e não importa o quanto eu olhe pra isso, não sinto a menor necessidade de mudar. Mudança. O estopim do a minha frustração. Exponho meu descontentamento com as tragédias que todo mundo assiste na hora do almoço engolindo a comida. Choro com todo o meu coração, choro um choro que vem de dentro, que sai daqueles medos que todo mundo esconde pra não perceber, sinto tão sincero, que doí e o mundo simplesmente continua engolindo a comida na hora do almoço. Meu sentir é tão sem fim, que saio metralhando o alheio com meus anseios, quero que o mundo sinta, quero que você perca a fome, quero que você grite. Pois eu sinto, eu não como e eu grito, mas eu sei que o meu sofrimento, garante meu humanismo, meu amor que pode ser de verdade, a minha compaixão que pode ir longe. Eu sinto porque se eu não sentir, não vejo motivo pra continuar interagindo com qualquer outra pessoa do mundo, além do fato de precisar delas se eu quiser minha comida fresca ou a  meu banho quente no final do mês. As coisas não fazem mais sentido a partir do momento em que seu conformismo com o que antes era absurdo, passa a ser corriqueiro.