quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Vou te olhando assim, meio tímida. Só pra ver o mundo sendo refletido por esses seus olhos pequenos, esses seus olhos que quase somem quando você sorri, esses seus olhos que podem me deixar aqui o dia inteiro, sem me cansar um instante de falar de você ou deles e até mesmo da música que estava tocando em um carro qualquer enquanto você me olhava. É tão vergonhoso amar assim.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Declaração

Queria que tivesse tempo pra escutar sobre as minhas eventualidades ou sobre qualquer outra mentira que eu invente pra prender a sua atenção e te fazer soltar longas risadas, que de leve vão ecoando através dos seus dentes bonitos.
Sei que vai ser muito bom, até porque, quase todas as noites, eu fico imaginando as suas reações quando eu te contar que a minha sinestesia é imensa e que eu preciso encostar nas pessoas pra contar as coisas pra ela,  usando claro, essa bobagem pra chegar mais perto de você. Pensa só, que risada gostosa você vai dar quando souber que eu tenho infinitas maneiras de solucionar os problemas dos outros e com os meus, sou um poço de lágrimas e dramas.
Eu provavelmente vou querer te ensinar sobre o pouco de astrologia que eu sei, mesmo sabendo que você vai escutar sem prestar atenção em nada. Talvez me faça alguma pergunta, mas só talvez. Só sei que estou louca pra escutar as suas normalidades, seu trabalho de semana e aquela confusão em que você se meteu por gostar de fazer coisa errada.
Alguma hora você vai me dizer: 'Mas você também quer tudo!' Pois tempos em tempos, invento uma vontade nova.
Engraçado mesmo, seria se você olhasse meu rosto vermelho agora e percebesse que logo eu, que não me intimido com quase nada, sem nem coragem de te perguntar, se você gostaria de ir tomar um sorvete qualquer noite dessas.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Delírios de ego.

Eu desejo não ter no que prestar atenção, arrumo desculpas pra me desocupar, para que eu possa lembrar das mesmas poucas horas em que as minhas pessoalidades falaram mais alto do seu lado, pra ficar caçando detalhes do que não posso contar para ninguém. Algumas coisas são nossas demais, ninguém entenderia... Além do mais, tenho um pouco de vergonha de contar. Não pelos tabus, eles são o de menos, é mais por não sentir vontade de me expor de tal modo tão vulnerável à alguém. Essas nossas patologias enlouquecedoras, o mais profundo e maluco dentre todos os pensamentos que você tem, o que nem você consegue explicar e vez ou outra te faz até sentir nojo. É de impressionar, como nossos comportamentos isolados são tão complexos, tão incríveis. Assim, de leve e bem de vez em quando passamos por transformações de instintos um tanto 'animalescas' mal dizendo. Falando de amor ou até mesmo de ódio (que também tem sua beleza), passamos a ser completamente irracionais, mesmo quando nos castramos das atitudes extremas, ainda sim! Está ali, suas mãos que caem de temperatura, sua pupila que tem o mesmo tamanho de uma amora, seu coração pulsando freneticamente e aquela dor, que ora é raiva, ora é ansiedade, que maravilha de loucura! Então você se estraga, teima, fica olhando as mesmas coisas e conta as horas. Quem começou com essa história de marcar o tempo, - acredito eu - foi o maior percursor da loucura em que vivemos hoje e se falo de amor ou de ódio, é pra maquiar a minha covardia de nunca contar os meus desejos, não por mim, nem pelos outros. Simplesmente por saber, que um segredo, uma vez proferido, pode chegar a qualquer lugar e o que pensaria você de mim, se esse tipo de coisa, chegasse até seus ouvidos atentos?