quarta-feira, 29 de maio de 2013

Meu corpo vai criando roteiros sem permissão, como se o pouco de bom senso que restasse não fosse o suficiente pra acordar meu consciente... Nem que seja aos berros! Pois parece que as vezes, ele decide que precisa hibernar e assim faz, me deixando aqui sozinha com as insanidades da carne.
Quando isso ocorre, peço que perdoem a minha audácia, mas coloco-me diante do seguinte pensamento: Quem sou eu pra medir sanidade? E logo trato de virar escrava dos impulsos, assim como qualquer ser humano comum, até porque; Na pior das hipóteses, finjo que entendo o que é o sangue de um inseto e digo que não sou dessas que tem sangue de barata! Porque essa é a frase que a gente diz quando não quer assumir que extrapolou! Que simplesmente fez o que deu na telha! Acontece que isso, jogado deste modo: "dar-na-telha" é atestar loucura, então prefiro dizer que não tenho sangue de barata mesmo, pra deixar a loucura subliminar.


domingo, 19 de maio de 2013

Conversa pra Zé dormir (ou acordar)!

O papo começou cedinho. Não sei se por causa do frio que fazia as nove da manhã ou se foi porque a estação da Luz, assim como todo centro velho, me lembra o centro de Santos e acaba me deixando um pouco nostálgica... Mas só falei de Santos, pois foi exatamente lá (e não na estação da Luz) que a minha cabeça foi parar as nove da manhã de um domingo que eu ainda precisava ir trabalhar.
Em meio aos desajustados jovens de Sampa em plena virada cultural, estava eu, na metade do show dos sulistas e apanhadores sós. Cena comum até eu perceber que o refrão de uma das músicas me fisgou o peito e então: Epifania! Deixe-me explicar: O refrão dizia assim:'E eu, que andava assim tão Zé'. No começo, achei engraçado ouvir aquela frase e sentir aperto no peito. Mas depois entendi que era saudade ou talvez até algum tipo de compreensão pessoal.
Sei que assim, parece papo de maluco (e é) mas se agora as frases estão desconexas, é para que entendam a onde eu quero chegar...
Verdade absoluta, é que são todos Zé's os homens da família Oliva. Vejam só: Desde pequena, nos passeios pra Santos, achava loucura ouvir minha vó chamar meu pai carinhosamente de Zé, apesar de ele se chamar Marcelo. Meu tio favorito, adivinhem só? Tio Zé. E no final do ano passado, percebi que a belíssima mulher do meu primo mais incrível, também o chama de Zé. E como se não bastasse, estampado na parede da sala deles, pra não deixar ninguém esquecer, está gravado em letras prateadas e na integra o poema: "E agora José?" Do Drummond.
Ironia, coincidência ou seja lá o que for, a graça é que a Epifânia e até mesmo a fisgada no peito, foi por perceber que eu passei o tempo todo sem entender que eu me sentia tão confortável rodeada por Zé's, simplesmente por sentir humanismo, familiaridade ao lado deles. São todos homens de cotidianos, de sonhos e homens que tem seus amores. São todos humanos e me dão vontade de ter uma vida assim, de ser amor de um Zé e não de príncipe.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Hoje eu encanei e levantei cedo. Engraçado... Passo tanto tempo longe da minha própria casa, que só agora fui perceber que já não é tão minha assim. A começar pela geladeira que não tinha meu leite de sempre, acabei por tomar o do meu pai. Fui pegar a minha caneca, ex companheira de quem costumava madrugar e pro meu espanto, fui parar na pia com ela cheia de poeira. Ao menos tinha no armário o pão que só eu costumo comer, mas adivinha só? Mofado. Tudo bem, pelo menos a televisão gigante continua lá, mas percebi que me confundi com os controles e já nem lembro mais o que eu gostava de assistir de manhã. Talvez tenha mudado a programação, mas não... Eu só não sei mais do que eu costumava rir. Deixei pra lá, confundi os botões de novo, mas pelo menos o pen drive continua com as mesmas músicas! Ufa! Essa eu acertei em cheio! Só não posso dizer que ainda sei de cor 'Baby you can drive my car' mas vou arriscando, dá até pra rir, até chegar no quarto, olhar pro mural e perceber que minha historinha da Cinderela sumiu, o que não é de todo ruim! Vai ver a Cinderela percebeu que quem tem conto de fada pra contar agora sou eu e resolveu fazer as malas por conta própria pra deixar espaço pra minha história.