quinta-feira, 6 de março de 2014

Passei minha infância inteira sonhando com o dia que eu seria uma bailarina de verdade. Por mais que eu gostasse de circo e mesmo que ser astronauta fosse emocionante, eu não queria outra coisa. Vez ou outra eu pensava que seria legal trabalhar em um desses lugares em que os homens precisam ir de gravata e já até pensei como seria interessante cuidar dos bichinhos em uma clinica veterinária. Mas tudo isso me seduzia só até eu lembrar que feliz de verdade, eu seria se fosse uma bailarina. 
Dancei por um tempo e tudo é ótimo antes de ser uma obrigação. O trabalho é árduo, doloroso e depois de um tempo, parece vão. Passei anos tentando adiar o dia em que eu precisaria encarar a dor de entender que a decisão mais sábia era deixar pra lá. E esse foi o dia em que eu aprendi que não dá pra se agarrar em qualquer coisa, só porque existe amor. Amor é o maior incentivo pra absolutamente qualquer coisa. Amor é o ponta pé, mas nem sempre depois de um empurrão você consegue se manter em pé. Então é preciso saber que quando a gente caí no chão, o melhor a fazer é levantar e continuar andando, porque ficar no chão, não leva ninguém pra lugar nenhum.