domingo, 7 de novembro de 2010

seis do onze e mil de pavor.

Até então, tinha certeza absoluta de que não sabia agir nas situações complicadas, mudei de idéia.
Acordar tarde não me agradou, preferia que não fosse final de semana, ainda sim, levantei com um leve bom dia e rosto de satisfação pela noite bem aproveitada. A Av. Paulista, o cheiro de limpo do hospital, o elevador claro e tão bem iluminado quanto o resto do local, o piano tão alto e grave mesmo sozinho, as imagens de Santa Catarina e o pior de tudo, aquele rosto tão familiar com expressão de choro conversando com Nossa Senhora de Fátima, Nada me agradava. Tudo tinha gosto amargo, até o chocolate do café da manhã. Eu não queria que ela estivesse mal, não queria segurar o choro, queria mesmo dizer que eu faria o que fosse preciso no lugar dela, pois só assim eu estaria mais tranquila. Apesar do meu desejo de dizer tudo isso na melhor das intenções, fiquei calada, segurei sua mão e fiz como se estivesse tudo bem, fiz certo.