sábado, 8 de maio de 2010

(Rebeca) Menos um.

Conseguia-se ouvir do apartamento, uma risada descontrolada, mas já era tarde e ninguém prestaria atenção nisso, considerando ser sexta-feira a noite e as pessoas costumam beber nesse horário, ainda mais quando a risada vem do apartamento que foi alugado por uma jovem atriz que mora sozinha. Ela sabia muito bem de todos esses fatos, tanto que o horário foi friamente planejado, apenas um dos detalhes que faziam parte do plano que não deu certo.
Na manhã anterior, abriu os olhos e um tempo depois a geladeira, quando o seu telefone toca. Podia ser uma ligação agradável a uns tempos atrás, agora já não fazia muita diferença, mas sem problemas, nada que houvesse muita importância e assim, seu dia continuava normal até que no final do dia o mesmo número de quando abriu a geladeira, teima em aparecer mais uma vez no visor, trazendo um sufoco enorme e várias perguntas das quais ela sabia muito bem que não devia resposta alguma para ninguém, mesmo assim, disse as 22:00h no SeisClub.
Foi pra casa correndo, lavou o rosto na tentativa frustrante de deixar escorrer a raiva junto com a água, pegou um vestido no guarda-roupa e um sorriso no espelho, desceu as escadas correndo na esperança de não chegar tão atrasada. No caminho ela pensava e sorria sozinha, repetiu mais algumas vezes que não sabia lidar com esse tipo de coisa e que não seria culpa dela se alguém caisse da escada naquela madrugada. Ela sabia muito bem que nenhuma pessoa no mundo desconfiaria de um olhar que não muda e de um sorriso que não aparece mais(não em publico), só que o caminho já estava acabando e não era mais hora de pensar nisso, nem hora, nem chance, seus pensamentos foram embora surpreendidos por um abraço inesperado de quem a esperava a vinte e cinco minutos mais o menos.
Não falou muito até propor um lugar mais tranquilo, afinal, não há como levar a serio uma conversa que tem como cenário o lugar mais movimentado de uma das cidades mais incríveis do mundo, como ela costumava descrever, seguiram então para o apartamento. Na volta o que predomiva não era o mesmo pensamento da ida, mas sim como ele fora embora tão depressa.
Afinal, ela gostava mesmo de todo esse efusismo, nada que ela não se acostume com o tempo. Sobre o riso descontrolado que foi citado no começo, foi só a tentativa de uma fuga logo após ouvir falar de amor, nada que tenha dado certo, o que ela sentia era recíproco e até o fim da noite ela não escapou de retribuir.

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