domingo, 19 de maio de 2013

Conversa pra Zé dormir (ou acordar)!

O papo começou cedinho. Não sei se por causa do frio que fazia as nove da manhã ou se foi porque a estação da Luz, assim como todo centro velho, me lembra o centro de Santos e acaba me deixando um pouco nostálgica... Mas só falei de Santos, pois foi exatamente lá (e não na estação da Luz) que a minha cabeça foi parar as nove da manhã de um domingo que eu ainda precisava ir trabalhar.
Em meio aos desajustados jovens de Sampa em plena virada cultural, estava eu, na metade do show dos sulistas e apanhadores sós. Cena comum até eu perceber que o refrão de uma das músicas me fisgou o peito e então: Epifania! Deixe-me explicar: O refrão dizia assim:'E eu, que andava assim tão Zé'. No começo, achei engraçado ouvir aquela frase e sentir aperto no peito. Mas depois entendi que era saudade ou talvez até algum tipo de compreensão pessoal.
Sei que assim, parece papo de maluco (e é) mas se agora as frases estão desconexas, é para que entendam a onde eu quero chegar...
Verdade absoluta, é que são todos Zé's os homens da família Oliva. Vejam só: Desde pequena, nos passeios pra Santos, achava loucura ouvir minha vó chamar meu pai carinhosamente de Zé, apesar de ele se chamar Marcelo. Meu tio favorito, adivinhem só? Tio Zé. E no final do ano passado, percebi que a belíssima mulher do meu primo mais incrível, também o chama de Zé. E como se não bastasse, estampado na parede da sala deles, pra não deixar ninguém esquecer, está gravado em letras prateadas e na integra o poema: "E agora José?" Do Drummond.
Ironia, coincidência ou seja lá o que for, a graça é que a Epifânia e até mesmo a fisgada no peito, foi por perceber que eu passei o tempo todo sem entender que eu me sentia tão confortável rodeada por Zé's, simplesmente por sentir humanismo, familiaridade ao lado deles. São todos homens de cotidianos, de sonhos e homens que tem seus amores. São todos humanos e me dão vontade de ter uma vida assim, de ser amor de um Zé e não de príncipe.

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