terça-feira, 24 de julho de 2012

De-ego.

Era uma daquelas noites quentes dos sábados de começo de ano, as noites em que o mundo inteiro, quer estar em qualquer lugar que não seja uma casa. Ruas agitadas, carros passando sem parar nas grandes avenidas de São Paulo, bares lotados, aliás, é em um desses bares que minha história começa.
O de sempre, clichê que ninguém assume, coisa de todo mundo acreditar que todas as vezes em que sair de casa, algo incrível pode acontecer na sua vida... E pode mesmo, mas geralmente não acontece...Exceto desta vez.
Ela provavelmente tinha o sorriso mais encantador de todos. Haviam sorrisos bem maiores e até mais bonitos confesso, mas não é a fisionomia que conta nesse momento, é a maneira com que ele aparece, graciosamente deixando qualquer canalha sem frase de efeito ou poeta sem rima perfeita. Enfim, roubava as atenções sem precisar fazer nada, era bela a menina! De todos os rapazes do local, até então, apesar da beleza de um e da conversa de outro, não havia visto nada de tão impressionante, nenhuma daquelas histórias em que você fecha e abre o olho várias vezes pra ter certeza de que se está acordado. Nossa moça bonita olha para relógio mais como um hábito do que preocupação com as horas, deixa o celular de lado, volta a olhar para um todo, até que o tudo roubou-lhe os olhos e fez o coração se descontrolar sabe-se lá porque. Eram os rapazes bem vestidos, competindo pelo que poderia parecer para qualquer um loucura. A moça dos olhos castanhos e gracioso sorriso encontrava-se enlouquecida pelo garçom que nada mais fez do que olhar de longe e sorrir. Enganam-se agora julgando esse sorriso como um daqueles sorrisos simples de quem flerta. Não era essa a questão, encantava a nossa moça bonita, a ideia de imaginar quantos desse sorriso por noite ele costuma dar e quantos já realmente serviram para alguma coisa e se o dela poderia ser o primeiro a importar, quem sabe até o último. Encantadoras são as dúvidas de quem quer amar, as questões que jamais poderão ser respondidas. De fato, não foi um sorriso de quem simplesmente flerta e sim um riso de quem não sabe se deve flertar.


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